Como a menopausa influencia na incontinência urinária

Menopausa — palavra que muitas já ouviram, talvez até com certo receio. Um período de tantas mudanças, dúvidas, sinais inesperados. Entre esses sinais, um incômodo silencioso costuma surgir: a incontinência urinária. Para algumas, surge de repente; para outras, cresce devagar até não passar mais despercebida. O que aconteceu ali dentro do corpo? Por que, de repente, a vontade de ir ao banheiro se tornou mais urgente, ou então tão difícil de segurar?
Conversar sobre esse tema, sem tabu, é um dos propósitos do trabalho da Dra. Andressa Soares, fisioterapeuta especialista em saúde da mulher. A proposta aqui é explicar, com leveza, como a menopausa pode mexer com o seu corpo — e o que dá para fazer diante disso.
O que é a menopausa e o que muda no corpo?
A menopausa marca o fim dos ciclos menstruais, geralmente ali por volta dos 50 anos, quando os ovários param de produzir estrogênio e progesterona. A verdade é que a transição não acontece de uma hora para outra. O corpo vai mostrando indícios: ciclos irregulares, ondas de calor, alterações no sono. E, sim, mudanças na bexiga.
A bexiga e o assoalho pélvico sentem a queda do estrogênio.
Não é exagero. As estatísticas mostram que 40% das mulheres entre 50 e 89 anos vivem algum grau de incontinência urinária, especialmente após a menopausa. E a expectativa é que esse número dobre nas próximas décadas.
Entendendo a incontinência urinária
Antes de se aprofundar, talvez seja bom entender exatamente do que se está falando. Incontinência urinária é a perda involuntária de urina. Aparece de formas diferentes:
- De esforço — ocorre ao tossir, rir, correr, levantar peso, subir escadas.
- De urgência — aquela vontade súbita difícil de segurar, que leva a escapes antes de chegar ao banheiro.
- Mista — mistura das duas anteriores.
Um estudo analisando 998 mulheres identificou que 20,4% delas apresentavam incontinência urinária, sendo os impactos sociais e emocionais bastante significativos.
Por que a menopausa facilita a perda urinária
O estrogênio, que cai bastante na menopausa, atua em diversas partes do corpo, mas é especialmente importante nas mucosas vaginais, pelve e trato urinário. A bexiga e o assoalho pélvico ficam menos “nutridos” — os músculos perdem tônus, a mucosa fica mais fina, o sistema urinário perde parte da proteção natural.
Junte a isso outras mudanças:
- Redução da massa e força muscular — não só nos braços e pernas, mas no chão pélvico que sustenta a bexiga e a uretra.
- Aumento do peso corporal — os estudos mostram que o risco cresce com o IMC mais alto na pós-menopausa.
- Mudanças metabólicas — afetam pressão, açúcar no sangue e até disposição.
Com o tempo, pequenas perdas de urina em atividades simples podem se tornar frequentes. O risco sobe com a idade, mas também depende do histórico de partos, cirurgias ginecológicas, constipação crônica, cargas excessivas e dos hábitos cotidianos.
Sintomas comuns e sinais de alerta
A incontinência urinária na menopausa pode se manifestar de modos variados. Às vezes, é sutil. Só percebe uma gota ao tossir ou durante uma risada mais forte. Outras vezes, há escapes maiores ao chegar perto do banheiro. Veja alguns sintomas:
- Vontade urgente e inesperada de urinar
- Dificuldade de segurar a urina até chegar ao banheiro
- Perda de urina ao tossir, espirrar, rir ou fazer exercício
- Sensação de bexiga “cheia” pouco tempo após urinar
- Infecções urinárias recorrentes
Algumas mulheres relatam incômodos nas relações sexuais, ressecamento, descida do útero (prolapso), mudanças na autoestima e até isolamento social, como apontado pela Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo. Esses são sinais para ligar o alerta e buscar ajuda profissional – quanto antes, maiores as chances de controlar o quadro com métodos menos invasivos.
Quando procurar um especialista
É comum sentir um certo medo ou vergonha, mas buscar orientação é fundamental — não só pela qualidade de vida, mas pelo bem-estar emocional. O acompanhamento com fisioterapeuta especialista, como a Dra. Andressa Soares, permite um diagnóstico detalhado e tratamento individualizado.
Procure ajuda principalmente se:
- Os escapes urinários se tornaram frequentes e afetam seu dia a dia
- Há dor ou desconforto durante as micções
- Você sente constrangimento ou se isola por medo de acidentes
- Os sintomas vieram acompanhados de prolapsos, dor pélvica ou infecções repetidas
Quanto antes iniciar o cuidado, mais rápida e eficiente costuma ser a melhora dos sintomas, inclusive prevenindo agravamentos que podem levar à necessidade de cirurgias ou uso de medicamentos.
Opções de tratamento e autocuidado
O tratamento costuma ser personalizado, já que cada mulher vivencia o problema de uma forma diferente. A fisioterapia pélvica é, reconhecidamente, uma das abordagens mais seguras e efetivas, conforme explicado por especialistas em uroginecologia.
- Treino do assoalho pélvico — exercícios guiados para fortalecer os músculos, muitas vezes com biofeedback ou eletroestimulação.
- Ajustes posturais e respiratórios — melhoram o controle muscular.
- Orientações de hábitos — controle do consumo de líquidos, evitar cafeína ou álcool em excesso, ritmo para urinar, manejo do peso.
- Acompanhamento psicológico — para suporte emocional caso a incontinência afete autoestima ou vida social.
- Avaliação para uso de faixas ou outros dispositivos — como a cinta de sustentação pélvica.
A terapia pode envolver dispositivos específicos e técnicas para reeducar a bexiga e reduzir o número de perdas. Muitas mulheres relatam melhora gradual em poucas semanas, ganhando independência e segurança. O tratamento pode incluir ainda intervenções multidisciplinares, trabalhando fatores físicos, emocionais e sociais.
Para quem já apresentou incontinência em outras fases, como pós-parto ou gestação, as opções de tratamento seguem as mesmas bases, conforme abordado pela fisioterapia pélvica pós-parto ou durante a gestação. Assim, cada etapa da vida pode contar com proteção e prevenção, sem vergonha ou culpa, só informação e cuidado real.
A humanização no cuidado: indo além dos sintomas
Conversar sobre incontinência é falar sobre liberdade. Não é só evitar acidentes, mas resgatar a autonomia, o prazer social e a autoestima. O serviço oferecido pela Dra. Andressa Soares propõe um olhar acolhedor, sem julgamentos, onde cada mulher pode conhecer seu corpo, entender os sinais e, se necessário, mudar hábitos com tranquilidade.
O que parece um tema “delicado” vira só mais um aspecto de autocuidado — como tratar a pele, dormir melhor ou fazer exercícios. Informar-se é sempre o primeiro passo, e contar com uma abordagem baseada em evidências científicas faz toda diferença. As técnicas de fisioterapia íntima propiciam ganhos duradouros, respeitando limites e objetivos de cada paciente.
Pequenas escolhas, grandes mudanças
Pode soar simples, mas mudanças cotidianas fazem diferença real na prevenção e no controle da incontinência urinária na menopausa:
- Adotar treinos regulares para o assoalho pélvico
- Manter o peso saudável
- Ajustar o consumo de líquidos ao longo do dia
- Evitar excesso de cafeína e álcool
- Procure sempre esvaziar a bexiga sem pressa ou empurrões
São pequenas escolhas que, somadas ao tratamento, abrem caminhos para maior liberdade e confiança em todas as fases da vida.
Conclusão
A relação entre menopausa e incontinência urinária é direta, mas não precisa ser sentenciada como inevitável. Alterações hormonais afetam, sim, a estrutura e o funcionamento do assoalho pélvico, mas com acompanhamento profissional, informação e um olhar acolhedor, é possível recuperar equilíbrio e qualidade de vida. O trabalho da Dra. Andressa Soares existe exatamente para auxiliar você nesse processo, cuidando do corpo e da autoestima sem tabu. Agende uma avaliação individual e venha conhecer um jeito mais humano, seguro e científico de tratar as mudanças da menopausa. O próximo passo pode ser o início de uma nova fase, mais leve e cheia de possibilidades.
Perguntas frequentes
O que é incontinência urinária na menopausa?
É a perda involuntária de urina que acontece durante a fase da menopausa, causada principalmente por alterações hormonais. O problema pode se mostrar em diferentes situações do dia a dia, como rir, tossir ou mesmo sentir vontade súbita de urinar. Não é incomum, e afeta grande parte das mulheres — a frequência é maior com o envelhecimento e mudanças naturais do corpo.
Como a menopausa causa incontinência urinária?
Na menopausa, a produção de estrogênio diminui consideravelmente. Esse hormônio ajuda a manter tônus dos músculos do assoalho pélvico e a integridade da uretra e da bexiga. Com a queda do estrogênio, essas estruturas enfraquecem e ficam mais suscetíveis a escapes de urina, principalmente durante esforços ou pela redução da capacidade de segurar o jato urinário.
Quais sintomas de incontinência na menopausa?
Alguns sintomas comuns são: perda de urina ao tossir, rir ou fazer esforço; vontade urgente de urinar; sensação de não conseguir esvaziar a bexiga totalmente; e escapes frequentes antes de chegar ao banheiro. Algumas mulheres também relatam infecções urinárias recorrentes e desconforto em situações sociais.
Como tratar incontinência urinária na menopausa?
O principal caminho é a fisioterapia especializada no assoalho pélvico, com exercícios direcionados para fortalecer os músculos da região. Em alguns casos, orientações de hábitos, acompanhamento psicológico e uso de dispositivos podem ajudar. Em situações específicas, o médico pode indicar medicamentos ou cirurgias, mas a abordagem fisioterapêutica costuma ser bastante eficaz. Mais detalhes podem ser encontrados nas orientações sobre tratamento de incontinência urinária aos esforços.
Mudanças de hábitos ajudam na incontinência?
Com certeza. Ajustar o consumo de líquidos, controlar o peso, evitar alimentos e bebidas irritantes para a bexiga, praticar exercícios para o assoalho pélvico e adotar rotinas mais atentas à saúde urinária são medidas que, ao lado do tratamento especializado, trazem ganhos reais. O mais importante é não adiar a procura por ajuda e seguir o que faz sentido para o seu contexto, sempre com orientação profissional.
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Sobre
Dra Andressa Soares

Fisioterapeuta graduada pela Universidade Federal do Ceará.
Especialista em Saúde da Mulher e da Criança pela Residência Integrada Multiprofissional da Universidade Federal do Ceará - Maternidade Escola Assis Chateaubriand.
Mestranda em Saúde da Mulher e da Criança na Linha de Pesquisa em Atenção à Saúde Materna e Perinatal pela Universidade Federal do Ceará.